História do Brasil

A Aliança Liberal – Era Vargas

A Aliança Liberal – Era Vargas (Revolução de 1930)

Por entender que o veto ao seu nome traduzia o descaso do governo federal para com os interesses de Minas Gerais, Antônio Carlos aproximou-se das lideranças gaúchas para, juntos, combaterem as candidaturas oficiais de Júlio Prestes à presidência e de Vital Soares à vice-presidência da República.

Por meio do Pacto do Hotel Glória, estabelecido em junho de 1929, selava-se o acordo secreto entre mineiros e gaúchos que, em agosto, veio a público como a Aliança Liberal. Com programa redigido pelo gaúcho Lindolfo Collor, a Aliança Liberal lançava, em setembro no Rio de Janeiro as candidaturas de oposição do gaúcho Getúlio Vargas e do paraibano João Pessoa.

O programa apresentado pela Aliança Liberal nada continha de revolucionário. Fruto da cisão das oligarquias dominantes, a Aliança Liberal não se interessava em questionar as estruturas que constituíam as bases de seu próprio poder. O núcleo de suas aspirações consistia em tratamento privilegiado que se vinha concedendo ao setor cafeeiro da economia.  Para sensibilizar o eleitorado, sobretudo o dos centros urbanos, prometia maior proteção à classe trabalhadora e moralização da vida pública.

A despeito da prudência de Getúlio Vargas, que em contatos com Washington Luís afirmou a inexistência de propósitos revolucionários por parte da Aliança Liberal, esta abrigou em seu seio personalidades politicamente extremistas como Virgílio de Melo Franco, João Neves da Fontoura, Flores da Cunha e Osvaldo Aranha, como também tenentistas como Juarez Távora, Cordeiro de Farias, Eduardo Gomes e Siqueira Campos. Dentre os tenentistas, Luís Carlos Prestes foi a grande ausência, recusando seu apoio, por entender que a Aliança não se propunha a realizar transformações profundas do país, por ele consideradas indispensáveis e urgentes.

Tendo reproduzido em escala regional e local a cisão ocorrida na cúpula do sistema político da República, a campanha transcorreu em clima de acentuado emocionalismo.

A força da máquina governamental acabou por prevalecer, porém realizado em 1 de março de 1930 o pleito acusou a vitória de Júlio Prestes e Vital Soares, eleitos com 1.091.709 votos, contra 742.794 votos dados a Getúlio Vargas e João Pessoa.

Botão Voltar ao topo

Adblock detectado

Por favor, considere apoiar-nos, desativando o seu bloqueador de anúncios