Revolta Praieira (1848) – Brasil Império
A Praieira ou “Revolta da Praia”, ocorrida em 1848 na província de Pernambuco, foi a última da etapa de consolidação do Estado Imperial. Seus organizadores eram liberais radicais que rejeitavam os acordos de cúpula das facções políticas no processo de centralização monárquica, iniciado em 1837.
Os liberais praieiros desejavam a nacionalização do comércio e a ampliação do mercado de trabalho para os brasileiros. Eram ambíguos em relação a estrutura agrária. Ao mesmo tempo que defendiam uma melhor distribuição das terras, não contestavam a escravidão.
Os liberais, em todo o país, estavam perdendo a força junto a D. Pedro II, que passou a nomear membros do Partido Conservador para a presidência de algumas capitanias. Em Pernambuco, o presidente da província, Chinchorro da Gama, que era um liberal, foi substituído pelo padre conservador Vicente Pires da Mota. Além disso, os principais comerciantes de Pernambuco eram da família portuguesa Cavalcanti, o que também revoltava a população.
A Revolução Praieira recebeu esse nome por causa do jornal O Diário Novo, foco da resistência liberal, que se localizava na rua da Praia em Recife cresceu e se tornou uma verdadeira guerra civil, avançando inclusive para o interior da província.
Essa Revolta não durou muito tempo pois o governo mandou tropas para à região e conseguiu controlar a situação e no início de 1849, os praieiros foram derrotados quando atacaram Recife.
As tropas remanescentes, comandadas por Pedro Ivo Veloso da Silveira, o Capitão da Praia, continuaram no interior. Elas infligiram pesadas baixas as forças do governo, através de uma estratégia de guerrilhas. Pedro Ivo rendeu-se em 1850, confiando na promessa de anistia geral, mas foi preso e condenado no Rio de Janeiro, morreu, após uma fuga, quando viajava para a Europa em um navio.
Com o fim do Capitão da Praia, significou a derrota da Praieira e encerrou-se um período conturbado que antecedeu a fase de consolidação do Estado Imperial brasileiro.