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Significado da Bandeira do Brasil

Bandeira do Brasil, suas Cores, seu Lema e as Estrelas

As constelações que figuram na bandeira correspondem ao aspecto do céu do dia 15 de novembro de 1889, no Rio de Janeiro

Após a proclamação da República, em 1889, uma nova bandeira foi criada para representar as conquistas e o momento histórico para o país. Projetada por Raimundo Teixeira Mendes e Miguel Lemos, com desenho de Décio Vilares, foi inspirada na Bandeira do Império, desenhada pelo pintor francês Jean Baptiste Debret.

Bandeira do Brasil
Bandeira

Segundo afirma Raimundo Olavo Coimbra, vários foram os fatores que determinaram a mudança da Bandeira Imperial.

Primeiramente, uma onda anti-imperial, na qual a mudança da bandeira se fazia necessária, já que os republicanos não queriam associar seu projeto político ao regime monárquico.

Um segundo fator foi a influência do positivismo, já que a bandeira foi um projeto de Teixeira Mendes, líder positivista no Brasil, e por isso, incluiu uma simplificação do lema positivista em nossa bandeira: Ordem e Progresso.

E o terceiro fator foi a questão de fugir da imitação da bandeira norte-americana, já que o novo nome de nosso país já era uma cópia:

República dos Estados Unidos do Brasil (sic).

O projeto de nossa atual bandeira foi idealizado por Teixeira Mendes, com a colaboração de Miguel Lemos. O professor Manuel Pereira Reis foi o responsável pela organização das estrelas em nossa bandeira, e o desenho foi executado por Décio Villares.

O projeto de Teixeira Mendes provocou desacordos. Benjamim Constant e Rui Barbosa apoiaram-no, já Quintino Bocaiuva era contrário a sua aprovação. Contudo, mesmo com as discordâncias, o projeto foi aprovado em 19 de novembro, através do Decreto N.º4:

“O Governo Provisório da República dos Estados Unidos do Brasil: Considerando que as cores da nossa antiga bandeira recordam as lutas e as vitórias gloriosas do exército e da armada na defesa da Pátria; Considerando, pois, que essas cores, independentemente da forma de governo, simbolizam a perpetuidade e integridade da Pátria entre as outras nações;

Decreta:

Art. 1º

– A bandeira adotada pela República mantém a tradição das antigas cores nacionais, verde e amarelo, do seguinte modo: um losango amarelo em campo verde, tendo no meio a esfera celeste azul, atravessada por uma zona branca, em sentido oblíquo e descendente da esquerda para a direita, com a legenda, Ordem e Progresso, e pontuada por vinte e uma estrelas, entre as quais as da constelação do CRUZEIRO, dispostas na sua situação astronômica, quanto a distância e ao tamanho relativos, representando os vinte Estados da República e o Município Neutro, tudo segundo o modelo debuxado no Anexo n.º 1.

Art. 2º

– As armas nacionais serão as que se figuram na estampa anexa, n.º 2.

Art. 3º

– Para os selos e sinetes da República, servirá de símbolo a esfera celeste, qual se debuxa no centro da bandeira, tendo em volta as palavras – República dos Estados Unidos do Brasil.

Art. 4º

– Ficam revogadas as disposições em contrário. Sala das sessões do Governo Provisório, 19 de novembro de 1889, 1º da República.”

Esse decreto foi redigido por Rui Barbosa e foi assinado por: Marechal Manuel Deodoro da Fonseca, chefe do Governo Provisório, Quintino Bocaiuva, Aristides da Silveira Lobo, Rui Barbosa, M. Ferraz de Campos Sales, Benjamin Constant Botelho de Magalhães e Eduardo Wandenkolk.

A Divisão da Bandeira:

No dia 24 de novembro de 1889 foi publicado no Diário Oficial, um documento de Teixeira Mendes explicando a criação da bandeira. Esse documento chamado “Apreciação Filosófica” serve de base para qualquer análise que se faça sobre nossa atual bandeira.

Para facilitar a análise dos elementos de nossa bandeira, dividiremo-os em cinco partes:

1. Retângulo e losango:

na “Apreciação Filosófica”, Teixeira Mendes não faz uma grande explanação sobre o retângulo verde e o losango amarelo, pois nesse documento ele deixa claro o motivo da permanência do retângulo e do losango: “…o símbolo nacional devia manter do antigo tudo o que pudesse ser conservado, de modo a despertarem nossa alma o mais ardente culto pela memória de nossos avós.”

A única alteração é que o losango não está inscrito no retângulo, ou seja, o losango não toca os lados do retângulo como na Bandeira Imperial.

2. Esfera:

“…tendo no meio a esfera celeste azul…”, assim está redigida a parte do decreto que fala sobre uma das inovações da Bandeira Republicana, a esfera celeste azul, representando o céu.

Segundo o próprio Teixeira Mendes, esse símbolo “…lembra naturalmente a fase do Brasil-Colônia nas cores azul e branca que matizam a esfera, ao mesmo tempo que esta recorda o período do Brasil-Reino, por trazer à memória a esfera armilar.”

3. Faixa:

a esfera celeste azul citada acima, é “… atravessada por uma zona branca, em sentido oblíquo e descendente da esquerda para a direita…”, assim, com essa descrição podemos ver que a faixa dá ao círculo a perspectiva de um esfera. Essa zona branca é uma idealização da linha zodiacal.

4. Legenda:

escrita na cor verde, a legenda de nossa bandeira, “Ordem e Progresso”, é um resumo do lema de Augusto Comte positivista (“o amor por princípio, a ordem por baixo e o progresso por cima”), do qual Teixeira Mendes era adepto.

O lema em sua forma completa é, “O amor por princípio e a ordem por base; o progresso por fim”. Assim, o próprio Teixeira Mendes nos diz o significado desse lema: “A nova divisa significa que essa revolução não aboliu simplesmente a monarquia, que ela aspira a fundar uma pátria de verdadeiros irmãos, dando à Ordem e ao Progresso todas as garantias que a história nos demonstra serem necessárias a sua permanente harmonia.”

5. Estrelas:

“Era preciso figurar um céu idealizado, isto é, compor uma imagem que em nossa mente evocasse o aspecto do nosso céu…”, por isso, não devemos ver nessa bandeira o céu como ele realmente se apresenta.

As 21 estrelas (atualmente são 27 estrelas) mostram os aspecto do céu do Rio de Janeiro nas primeiras horas da manhã do dia 15 de novembro de 1889 e representam os Estados e o Município Neutro do Brasil.

Vale lembrar que as estrelas estão posicionadas com estivessem sendo vistas dos espaço, e não como se estivessem sendo vistas do planeta Terra. Além disso, as estrelas não estão representadas em suas respectivas grandezas.

As Cores Bandeira do Brasil:

Na época do Império remetia à Casa de Bragança (a família de dom Pedro I). Hoje a cor verde simboliza as matas, florestas.
Na época do Império era a cor da Casa de Lorena (da arquiduquesa dona Leopoldina, esposa de dom Pedro I). Hoje a cor Amarelo simboliza o ouro e as riquezas.
Na época do Império era a esfera armilar, também presente na bandeira portuguesa do Império. Hoje a cor Azul simboliza o céu.
O Branco simboliza a paz.

Veja também:

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